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21 de maio de 2010

Patricia Almeida

SINOPSE
PSICOLOGIA DO RASCISMO
cONHECER O BRANCO ATRÁVES DA MANEIRA COMO SILENCIA OU SE MANIFESTA SOBRE NEGROS É UMA DAS INOVADORAS POSSIBILIDADES QUE ESTA OBRA NOS OFERECE. a ÊNFASE SOBRE UM PROBLEMA NEGRO, HABITUAL NA LITERATURA CLÁSSICA SOBRE RELAÇÕES RACIAIS, CONVIVE COM UM SUSPEITO SILÊNCIO SOBRE O LUGAR DO BRANCO, QUE PARECE TER ESTADO AUSENTE DA HISTORIA DE 500ANOS DE BRASIL. ESTE PROCESSO É REVELADOR DO PESO DA BRANQUITUDE NA MANUTENÇÃO E REPRODUÇÃO DAS DESIGUALDADES RACIAIS, SISTEMATICAMENTE TRATADAS COMO COMO UM PROBLEMA DE NEGRO. É PRECISO COMPREENDER O DISCURSO QUE O SILENCIO SOBRE O BRANCO OCULTA. cOMPREENDER A DIMENSÃO SUBJETIVA DA BRANQUITUDE É FOCALIZAR O MEDO QUE SUSTENTA OS ESTEREÓTIPOS DE SEXUALIDADE E DE FERTILIDADE PROJETADOS SOBRE NEGROS, É ENTENDER OS PACTOS NARCÍSICOS ENTRE OS BRANCOS E A LUTA SILENCIOSA PELA MANUTENÇÃO DOS PRIVILÉGIOS RACIAIS. È COMPREENDER POR QUE A INDIGUINAÇÃO FRENTE Á OPRESSÃO DE CLASSE E DE GÊNERO NÃO INCORPORA NATURALMENTE A INDIGUINAÇÃO DIANTE DA OPRESSÃO RACIAL.É ENTENDER O SIGNIFICADO DA EXPRESSÃO INDIGUINAÇÃO NARCÍSICA.POR OUTRO LADO, É TAMBEM COMPREENDER O ÓBVIO:AS DESIGUALDADES RACIAIS SÃO GESTADAS NUM CONTEXTO RELACIONAL ONDE NEGROS E BRANCOS ESTÃO NECESSARIAMENTE COLOCADOS.
MARIA APARECIDA SILVA BENTO.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
LIVRO-PSICOLOGIA-SOCIAL-DO-RASCISMO-MARIA -APARECIDA-SILVA
BERNABAUER.SHOPPING.UOL.COM.BR
PATRICIA ALMEIDA PEREIRA

PSICOLOGIA SOCIAL DO RASCISMO
RESENHA
cONHECER O BRANCO ATRAVÉS DA MANEIRA COMO SILENCIA OU SE MANIFESTA SOBRE NEGROS e´:
COMPREENDER O DISCURSO QUE O SILÊNCIO SOBRE O BRANCO OCULTA, COMPREENDER A DIMENSÃO SUBJETIVA DA branquitude, focalizar o medo que sustenta os estereótipos de sexualidade e de fertilidade projetados sobre negros,entender os pactos narcísicos entre os brancos e a luta silenciosa pela manutenção dos privilégios raciais, compreender porque a indiguinação frente a opressão de classe e de gênero não incorpora naturalmente a indiguinação diante da opressão racial, entender o significado da expressão indiguinação narcísica.por outro lado compreender as desigualdades raciais que são gestadas num contexto relacional onde negros e brancos estão necessariamente colocados.
maria aparecida silva bento

fontes bibliogáficas:
livro-psicologia-social-do-racismo-maria-aparecida-silva
bernabauer-shopping.uol.com.br
patricia almeida pereira

5 comentários:

Cris Paula disse...

De Cristina Paula e Eugênia Pereira

Participamos do evento cuja finalidade foi homenagear os Assistentes Sociais pela passagem do seu dia e lançar a “Campanha Serviço Social nas Escolas Já”, que pretende contribuir com o processo de discussão dos Projetos de Indicação nº 108 e 109/2009, que tratam da presença do Serviço Social nas Escolas. O Seminário foi realizado no dia 08/05/2010, das 08hs às 13hs, no Centro Cultural da Câmara Municipal de Salvador, com a participação de 550 pessoas, entre estudantes e profissionais de Serviço Social de 14 faculdades de Salvador. Participaram do Seminário o CMDCA - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente; CEDECA - Centro de Defesa da Criança e do Adolescente; Ministério Público - Promotoria da Infância e Juventude; CRESS - Conselho Regional de Serviço Social da Bahia; CMASS - Conselho Municipal de Assistência Social de Salvador.
A criação do projeto partiu de uma reivindicação da categoria de Assistentes Sociais, em consideração a atual conjuntura do setor educacional e a importância do trabalho do assistente social no âmbito educativo. Segundo a Assistente Social Liane Monteiro (Comissão de Educação do CRESS-Ba), o serviço social nas escolas públicas vai assegurar que sejam avaliadas, elaboradas e executadas ações preventivas e de enfrentamento às situações emergentes que expressam violência, dificuldades interpessoais entre alunos, familiares e funcionários da escola, além das de ordem sócio-econômica que afetem os estudantes, com foco nas políticas sociais. Com uma proposta sócio-educativa pautada na defesa de uma política educacional, efetivação e ampliação da concepção do processo pedagógico e trabalho coletivo visando levar o conhecimento dos deveres e direitos das pessoas e comunidade, assim como os meios de acessá-los através das Políticas Públicas, contribuindo para a educação e formação do indivíduo. O Assistente Social terá um papel articulador nas escolas, diminuindo as desigualdades e combatendo a evasão escolar e além de avaliar a família do aluno através de visitas domiciliares, vai analisar e diagnosticar as causas, com o propósito de atuar preventivamente no baixo rendimento escolar, descaso pelo aprendizado, problemas disciplinares, insubordinação, o uso de drogas e o alcoolismo, esclarecimento sobre doenças infectocontagiosas dentre outros referentes à saúde pública e principalmente, atitudes e comportamentos agressivos e violentos.
O Serviço Social centraliza seu foco na família, reconhecida como base da sociedade, a qual assume atualmente um novo modelo diante das transformações, onde os papéis são indefinidos, permeados por conflitos, contradições e tensões. Do ponto de vista da nova Psicologia Social, o homem aprende a ser homem nas relações com os demais, se apropriando da realidade exercida por gerações anteriores. Portanto, a nova conjuntura demanda uma maior atenção para o setor educacional voltada para a inserção do assistente social na escola, para que este profissional contribua de forma significativa com a construção do mundo interno do indivíduo na medida em que ele possa transformar seu mundo externo, a partir de relações sociais saudáveis e criar condições para o efetivo exercício da cidadania e para a inclusão social das crianças e adolescentes. O Serviço Social Escolar será vinculado a um sistema de proteção social amplo, juntamente com outros benefícios e serviços assistenciais direcionados aos pais e alunos na esfera educacional, e com as demais políticas sociais, instituições privadas e organizações comunitárias locais.

Cristina Paula e Eugênia Pereira

Taiane Leite disse...

Olá meninas, como prometido durante o seminário, estamos postando os depoimentos contidos no artigo sobre Transexualidade: corpo, subjetividade e saúde coletiva.
Lembrando que estes relatos foram adquiridos a partir de uma pesquisa realizada pelo Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF/UFRJ) com transexuais que procuraram atendimento com o objetivo de realização de cirurgia de transgenitalização.

Demanda pela Cirurgia de Transgenitalização:

"É porque eu não me penso neste corpo ... Embora eu reconheça que biologicamente sou do sexo masculino, para mim eu não sou homem. Foi isso que me fez procurar ajuda, eu vivia entrando em depressão ... Eu só quero levar a minha vida normalmente, sem esses problemas. Ser um ser humano normal, ter os direitos que eu não tenho." (Roberta, 33 anos).

"Eu sinto necessidade de fazer essa cirurgia, eu estou com um espírito montado num corpo que não é meu, então eu não me sinto bem" (Maria, 41 anos).

"Eu quero fazer a cirurgia, veja bem, eu me sinto uma supermulher. Eu não tiro meu chapéu para mulher nenhuma. Eu sou super feliz comigo mesma, mas, na realidade, eu tenho uma coisa que me incomoda. Me incomoda porque não tem nada a ver comigo fisicamente, não tem nada a ver comigo psicologicamente." (Priscila, 36 anos).

Relatos de Intenso Sofrimento Psíquico:

"Eu já pensei em suicídio várias vezes. Eu tenho entrado em muito desespero por causa disso [dificuldade de arranjar emprego]. Eu acho que mesmo operando ainda vão continuar os problemas por causa da mudança de nome. Eu vou vivendo a minha vida, entro em depressão, saio da depressão... eu não sei até quando vou conseguir sair da depressão." (Roberta, 33 anos).

"Isso me levou a crises de histeria ... entrei em anorexia ... eu tava superdeprimida, com crise de bulimia. Eu queria continuar vivendo com a ilusão de que de repente 'ah, você é um hermafrodita e vamos ter que te operar às pressas' ... Já pensei até em colar [o pênis] com superbonder. É lógico que eu não faço porque não sou louca, mas já pensei. Já cheguei a usar esparadrapo para prender e ficar o dia inteiro, não podia fazer xixi." (Aline, 34 anos)

"Eu me sentia revoltada porque eu não conseguia me sentir nem uma coisa nem outra. Teve uma vez que eu fui parar no hospital psiquiátrico ... acho que eu tive uma crise de identidade, eu ficava confusa com quem eu era com quem eu não era." (Gabriela, 25 anos, desistiu da cirurgia ao longo do tratamento).

Experiência de pertencimento ao gênero feminino:

"... desde os sete anos eu já me sentia diferente dos outros meninos. Eu nunca fui igual aos outros garotos, eu nunca tive o mesmo comportamento, a mesma vontade que eles. Eu sabia que era diferente ... A adolescência foi um caos ... A infância até que foi boa, mas a adolescência e sendo adulto passando isso é um horror." (Roberta, 33 anos)

"Eu nasci uma mulher, eu só percebi que não era uma mulher quando eu vi uma mulher pelada na minha frente" (Priscila, 36 anos)

"... a minha aparência já foi feminina desde criança. Talvez não feminina, mas uma coisa meio andrógina ... Eu já era uma menina porque a minha mama já estava crescendo, a minha voz nunca foi grossa, nunca tive muita virilidade ... Eu sempre me isolei, eu não ia no banheiro de jeito nenhum. Quando a minha mama começou a crescer foi um problema seriíssimo porque eu era alvo de piadinhas, é... eu não sei se era macho-fêmea, era um termo bem chulo. O recreio para mim era um tormento." (Aline, 34 anos)

"Eu me olho no espelho e não me reconheço porque eu tenho um pênis no meio das pernas" (Roberta, 33 anos)

Taiane Leite disse...

(continuação dos relatos)

Sexualidades:

"Tive contato mais íntimo de tocar, isso eu tive. Agora de chegar ao ponto de ter relação... não. Nenhum tipo de relação ... O que passa na minha cabeça é que eu não sou homossexual" (Roberta, 33 anos)

"Com doze anos comecei a namorar em casa. Eu nunca me relacionei, nem pretendo me relacionar com uma mulher, mesmo que seja lésbica. E esse rapaz que ficou comigo, ele não foi o tipo de cara de me expor como um homossexual. Ele me namorava como se eu fosse uma menina. Era normal, tinha beijo na boca, mas não tinha esse negócio de ficar passando a mão aqui, passando a mão lá. Eu não deixo ninguém tocar no meu pênis de jeito nenhum, até porque eu já não tinha ereção graças a Deus." (Priscila, 36 anos)

"Quando chegou a hora [sexo] e viu que eu não era [mulher], ficou meio assim, falou que pensava que eu era outra coisa. Ele não continuou e terminamos o relacionamento ... Se eu disser que nunca tive um relacionamento com um homossexual é mentira, eu tive. Tive e achava que ele era homem. Quando descobri que ele era homossexual foi horrível, aquele caos. Transexual na cabeça desse povo não existe, todo mundo acha que é travesti." (Priscila, 36 anos)

"Eu tive um namorado por muito tempo, eu não falei que sou transexual, que sou hermafrodita ele engoliu na boa ... A grande maioria não soube, mesmo tendo relações sexuais. Eu sempre dava uma desculpa em relação à minha genitália para não olhar, pra não tocar." (Aline, 34 anos)

"Falam comigo que sou maluca porque deixei de ter contato real para ter contato na Internet ... Se você é gay tem uma discriminação, quando é transexual parece que é o dobro. Você não tem direito a nada, nada! Você só tem obrigações, obrigação de ficar calado. Uma vez ouvi que sou uma aberração. Eu pirei por causa disso. Eu tinha medo de assumir para as pessoas." (Roberta, 33 anos)

Dificuldades profissionais:

"... eu nunca trabalhei de carteira assinada, só faço bicos ... Eles não me consideraram apta para exercer a função por causa disso (transexualismo) sendo que já estava tudo pronto para assinar minha carteira. Eu fui discriminada" (Roberta, 33 anos)

"As pessoas no meu trabalho pensam que eu sou uma mulher, não sabem da minha condição" (Aline, 34 anos)

Taiane Leite disse...

(continuação dos relatos)

Mudança da identidade civil:

"O nome é sempre uma restrição horrível, mas eu tiro de letra" (Priscila, 36 anos)

"Aparentemente, eu não poderia ter um nome masculino e ter uma vida normal. Então foi um consenso na minha adolescência que eu teria que mudar a minha documentação. Por que, como eu poderia trabalhar, ter uma vida normal, tendo um nome masculino e um aspecto feminino? Então, para fugir do preconceito que iria acontecer foi que, graças a minha família, a gente conseguiu a mudança de documentação, e hoje eu sou Aline. Ainda bem, porque graças a isso hoje eu tenho um bom emprego, eu trabalho numa empresa, ninguém na empresa sabe nem desconfia." (Aline, 34 anos)

Expectativa em relação à cirurgia de transgenitalização:

"A minha expectativa é de uma vida normal, que eu vou conseguir ter uma vida direita. Se eu colocar uma roupa vai ficar direita, a cirurgia vai me deixar normal ... Eu sei que não vou ter a sensibilidade de uma mulher, prazer eu sei que eu não vou ter, vai ter alguma possibilidade porque tem algumas terminações nervosas ... Mas meu caso não é esse, eu tô preocupada com a feminilidade. Para mim o lugar certo de mexer é dentro da cabeça, mas o único jeito é mexer na parte genital." (Priscila, 36 anos)

"Sentimentalmente eu acho que vai mudar muito. Eu vou poder, eu tenho tanta vontade de ser alguém, de me entregar a alguém de verdade. Mas eu não tenho essa liberdade. Eu não tenho esse direito ainda ... Eu acho que a adequação sexual no meu caso vai ser a cereja que falta no bolo." (Aline, 34 anos)

"Eu tenho consciência de que eu nunca vou ser uma mulher completa. Mas só de tirar [o pênis] eu já vou me sentir mais segura diante das pessoas ... Ser uma mulher para mim é estar integrada na sociedade, podendo me assumir para os outros." (Carla, 27 anos)

"Não vou fazer mais a cirurgia porque sou soropositivo há três anos. E isso interfere na cirurgia ... Dentro desse tempo que eu fiquei [no Programa] e descobri que a cirurgia não poderia ser realizada, foi quando eu me liberei mais pro sexo e pro prazer. E agora estou satisfeita com o meu sexo ... Eu já consegui o que eu queria que era me transformar em uma mulher. Ter os homens que eu quero, ter os heterossexuais." (Gabriela, 25 anos)

Taiane Leite disse...

(continuação dos relatos)

Pós-operatório:

"Quando eu estava internada, veio um funcionário do Hospital me perguntando se eu não queria posar para uma revista de mulher nua ganhando uma grana. Meu companheiro ganha dois salários, eu estou sem emprego, mas imagina só se eu quero aparecer desse jeito? Passei minha vida toda para ser mulher e ninguém me ver de jeito diferente e agora essa? Imagina só, tudo que eu quero é ser vista como uma mulher comum." (Luiza, 26 anos)

"Meu maior prazer foi poder entrar no banheiro das mulheres e fazer xixi de porta aberta ... As primas de meu companheiro, que nunca souberam direito quem eu era, todas curiosas, ficaram me vendo e eu ali de porta aberta na maior." (Luiza, 26 anos)

"Estava morrendo de medo, era um cara que eu tinha acabado de conhecer, não sabia o que ele ia achar e estava com medo pela cirurgia também, se ia doer, se ia arrebentar. Pois foi ótimo, acho que até senti prazer. E depois para convencer o cara sobre minha situação? Ele ficou louco por mim, achou que eu era virgem, só acreditou que eu não era mulher quando mostrei minha carteira de identidade." (Priscila, 36 anos)

"Estou bem, tive uma ótima recuperação... os médicos foram muito legais e competentes. Acho que a minha vida vai melhorar muito, mas sempre estive consciente de que não era a solução de todos os meus problemas. Esses dias eu até levei um fora." (Marcele, 24 anos)

"Eu emagreci muito, mas acho que é assim mesmo... mas as coisas mudaram bastante, depois de 7 anos eu querendo entrar numa universidade , não conseguia, não tinha coragem... agora eu consegui. Passei no PRO-UNI. Foi engraçado, eu até ri... Quando fui fazer a matrícula, a moça perguntou: -'Roberto, onde está o Roberto?' Eu falei baixinho: -'Está aqui'. Ela ficou espantada, mas respeitou. Eu vou ter que conversar com todos os professores para quando fizerem a chamada me chamarem de Roberta e não Roberto. Isto é muito chato. Pra mim o mais importante agora é conseguir mudar o nome. Acho que vai ser mais fácil, pois já sou operada. Mas lá no Fórum, eu já fui duas vezes, eles tratam a gente muito mal... não tem informação." (Roberta, 33 anos)